
Embasamento Científico
Pesquisas científicas já encontraram fortes indícios de que os sentimentos e emoções do ser humano poderiam ser passados de uma geração a outra, incluindo medos, preocupações, ansiedade, tristeza, irritabilidade, entre outras.
Isso seria possível por meio do processo chamado de epigenética, no qual a expressão dos genes é modificada sem alterar o próprio DNA. Pequenas marcas químicas são adicionadas ou removidas de nosso código genético em resposta a mudanças no ambiente em que estamos vivendo. *https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-48139796 https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/12/131202_memoria_heranca_genetica_lgb
Essas marcas ativam ou desativam os genes, oferecendo uma maneira de se adaptar às mudanças de condições sem impor uma mudança mais permanente no genoma.
Um dos momentos de maior probabilidade de transferência dessa carga emocional seria o período intrauterino. Então, os eventos emocionalmente significativos, que são percebidos pelo bebê que está se desenvolvendo, poderiam ser absorvidos e incorporados por ele. Bem como o momento do parto, quando traumático do ponto de vista físico (cordão umbilical enrolado no pescoço, uso de fórceps etc.) ou mesmo por decisão de não querer nascer.
Então, medo, insegurança, alegria, raiva, rejeição são exemplos de sensações que o indivíduo pode sentir desde o início de sua existência e que serão determinantes na forma com que ele irá se relacionar com o mundo e os outros ao longo de sua vida.
Do mesmo modo, após a gestação e nascimento, a chamada primeira infância, que vai até por volta dos 7 anos, a criança irá registrar as emoções vividas, interpretá-las subjetivamente, de acordo com suas experiências e, então, criar arquivos de memória com padrões de sentimentos e comportamentos. Esses arquivos ficarão ativos por toda a vida ou até que seja alterado em um nível inconsciente.
Um indivíduo que, durante o período de primeira infância, foi encorajado pelos pais sobre suas qualidades, tem grandes chances de se tornar um adulto mais seguro e consciente de seus talentos.
Por outro lado, aqueles que criaram seus padrões de comportamento com base em sentimentos de repressão e rejeição, por exemplo, podem se tornar inseguros e ter problemas de autoestima.
A boa notícia é que é possível ressignificar esses sentimentos e encontrar mesmo nestas experiências negativas aspectos que levem ao crescimento pessoal e evolução espiritual, isto é, quanto maior o trauma vivido ou percebido, maior é será o ganho experenciado em sensação de bem estar e propósito.
Um grande número de trabalhos científicos sugere que os marcadores dos genes humanos herdados nessas condições poderiam ser desfeitos usando técnicas psicoterapêuticas como a terapia comportamental cognitiva e hipnoterapia.
